quinta-feira, 18 de março de 2010

Fidelidade Denominacional



Sou assembleiano desde que nasci de novo. Sinto-me feliz por fazer parte de uma denominação quase centenária, e que muito fez pela evangelização deste país. Agora, algo que não posso aceitar é a fidelidade cega que muitos exercem pela denominação, e acabam esquecendo até das Escrituras. Tal fato não acontece somente nas Assembleias de Deus, mas também conheço muito presbiteriano, batista e outros evangélicos que sofrem deste mal.

A doutrina da minha igreja é perfeita? O modelo de governo é consistente? A forma de liderança é adequada? As tradições são realistas? O
modus operanti é bíblico? Os costumes são baseados em princípios? O papel político é ético? O louvor tem cabimento? A preocupação central é ser uma comunidade cristocêntrica? E assim continuo com algumas perguntas.

Aliás, ninguém deveria se conformar com o local onde congrega sem fazer essas perguntas. Quando as faço, me livro do ufanismo idiota e do exclusivismo, pois vejo que longe ela está da perfeição. Não fico por aí proclamando que congrego no melhor lugar do mundo, e nem que os outros lugares são piores. Quando faço tais perguntas faço uma auto-crítica e uma auto-análise. A minha apologética começa em casa. Assim, não esqueço das palavras do Senhor: “Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?” (Mt 7. 3 NTLH).

Portanto, o nosso compromisso é com a Palavra, é com o Senhor; não com homens e suas denominações. Não que o modelo denominacional seja ruim, muito pelo contrário, pois o mesmo evita o centralismo papista. Mas mesmo assim é modelo humano, cheio de falhas e defeitos que não podem ser ignorados. E no cerne do denominacionalismo está o princípio de protestar contra a estrutura vigente.

Sim, eu sei que existem rebeldes sem causa, que existem baderneiros. Eu sei que existem anarquistas que não se submetem à lideranças autênticas. Sim, eu sei de todos esses cenários. Mas nada disso é justificativa para a idolatria que muitos têm pela sua igreja. Pessoas incapazes que apontar o erro, pois estão comprometidas com a estrutura. São conformistas. E os conformistas não combinam com o Evangelho. Protestantismo é liberdade para pensar conforme as Escrituras.

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