segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estimando um erro: A tolerância com o legalismo (Parte 02)

O legalismo é um erro. Todo erro tem uma consequência negativa direta ou indireta. Lembrando isto, quais são as consequências do legalismo na vida cristã e na prática pastoral?

01- O legalismo desvia o crente da Graça de Deus

A consequência mais grave do legalismo é ensinar uma salvação que é fruto do esforço humano. Aliás, gravíssima heresia, pois dela depende a saúde espiritual do cristão. Os evangélicos que tanto condenam o catolicismo pela doutrina de "salvação pelas obras" acabam por defender a mesma ideia.

02- O legalismo produz culpa

Enquanto o Evangelho promove libertação e alívio do jugo pesado e enfadonho advindo do pecado, o legalismo enche e escraviza. O legalismo produz culpa para aqueles que já foram justificados em Cristo.

03- O legalismo infantiliza o crente

Crentes legalistas vivem se perguntando "posso isso?", "posso aquilo?", "qual é o limite?", "isso é pecado?" etc. São pessoas eternas dependentes de respostas alheias, pois são incapazes de usar o bom senso e o discernimento produzido pela Palavra de Deus. O legalismo torna o crente uma eterna criança.

04- O legalismo troca a Palavra de Deus pelas "doutrinas de homens"

Os homens vivem inventando regras que Deus jamais determinou. Assim era no passado, assim é no presente, e infelizmente, assim será no futuro. Regras, preceitos e mandamentos saídos das cabeças de homens e mulheres que usam sua criatividade para inventar cargas que a Bíblia não apoia.

05- O legalismo conduz à libertinagem

Engraçado, o legalismo não santifica, mas muito pelo contrário- conduz à libertinagem. Sabe por que o crente cheio de regras humanas acaba seduzido pelo pecado? Ora, simplesmente porque o legalismo não mortifica a carne, todavia encena uma suposta santidade artificial. Não é à toa que muitos que vivem em igrejas rígidas estão ávidos por uma vida exageradamente mundana e pecaminosa.

06- O legalismo trata convertidos como ímpios

O legalismo e o seu sistema tratam os crentes como ímpios que precisam ser regenerados pelo poder da "regra humana". A transformação não vem da parte do Senhor, mas sim do próprio homem.

07- O legalismo acaba no orgulho "espiritual"

O legalista, por confiar em si mesmo, acaba no "orgulho espiritual", onde sempre se acha mais santo que "o resto".

Pois bem, o pior é ver que muitos toleram o legalismo e não enxergam nessa tragédia um grande perigo para a igreja. É bom reler a carta aos Gálatas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Estimando um erro: A tolerância com o legalismo (Parte 01)

Nas igrejas pentecostais clássicas sempre houve o problema do legalismo. Mas no decorrer do tempo muitos deixaram esse erro. A gravidade do legalismo está no fato de substituir a Graça de Deus pelo esforço humano. Quem lê a epístola de Paulo aos gálatas sabe que não se pode tolerar o legalismo. Erro é erro. Da mesma forma que não se tolera a libertinagem, não se deveria tolerar o legalismo. Por que? Simplesmente porque erro é erro. Legalismo é um erro tão grave quanto a libertinagem. Agora, infelizmente ainda se tolera e há incentivos para com o legalismo no meio pentecostal.

Legalismo combina com hipocrisia, e não com santidade. É engraçado ver um pastor usando um terno da grife Ricardo Almeida ou Giorgio Armani enquanto condena a "vaidade" das mulheres. Você pensa que isso é uma hipótese? Não, é real. Se isso não é hipocrisia, o que será? Todavia tais atitudes são toleradas até mesmo por aqueles que não são legalistas, mas que já se acostumaram com o erro. Virou um equívoco de estimação. Quem vive condenando a suposta vaidade não deveria viver uma vida de luxo. Só assim seria coerente.

Algumas denominações estão mais preocupadas com a preservação dos seus usos, costumes e tradições do que a preservação da Palavra de Deus. É fato que as igrejas mais legalistas são as que menos espaço dedicam para a pregação expositiva. É impossível apontar uma igreja legalista que seja sólida doutrinamente. O legalismo traz com si a superficialidade, a mediocridade, a irreverência, os clichês e outras bobagens no púlpito e na prática pastoral.

Argumentos pró-legalismo

Antigamente existiam várias regras e o povo era mais santo. Hoje, as igrejas estão mais abertas e mundanas

Tal argumento combina saudosismo com desonestidade histórica. Quem disse que a geração legalista era mais "santa"? Exemplo disso são as séries de divisões que ocorreram nas igrejas pentecostais pela busca desenfreada de poder. Isso é santidade? Se for é bom estar longe desses "santos". A geração passada era mais recatada? Sim, é claro. Mas não era somente os crentes. Era toda a sociedade. Todos eram santos por isso? É claro que não. A sociedade influenciada pelos preceitos morais do catolicismo era altamente conservadora e moralista, mas somente esteticamente. A moral e a sua conservação não era um fruto da conversão, mas de coerção social. O secularismo advindo pela academia e os meios de comunicação minaram a influência da Igreja Católica, e hoje a sociedade vive o seu pecado à solta. Não que o secularismo tornou as pessoas menos santas, mas simplesmente tirou suas máscaras. Moral sem conversão é o vazio do moralismo. Isso que exista no passado: mero moralismo.

Depois da abertura nos "usos e costumes" a igreja perdeu o seu fervor

Este é o argumento mais comum. Mesmo assim, nada mais falso. Em primeiro lugar é preciso descobrir o que essas pessoas entendem como "fervor". Será "cair no espírito", "unção do riso", pulos descontrolados e outras ações que são fruto do emocionalismo? Se isto for o fervor, então não se perdeu nada. Agora, se fervor for entendido como o exercício correto e equilibrado dos dons espirituais, tal premissa também não se sustenta. Por que? Por mais que se relute, a verdade é que sempre foi uma minoria nas igrejas que realmente exerceram os dons de maneira bíblica. Isso ontem e hoje. Os dons são para todos, mas infelizmente não são todos que se preocupam com o seu exercício. Não é de hoje. O mal já vem de muito tempo.

Os "usos e costumes" mantém a identidade da igreja

Quão fraca é uma igreja alicerçada em costumes. A fraqueza é a mesma de uma casa edificada em areia ou nos morros brasileiros. Enquanto identidade é para toda a uma vida, os costumes são transitórios. A identidade tem que ser doutrinária, pois doutrina é permanente. Tradição não. Enquanto se tenta manter uma identidade artificial pelas tradições, se perde o valor de preservar as doutrinas bíblicas. Não é à toa que as igrejas pentecostais vivem uma crise doutrinária, com vários pastores que não conhecem sequer a confissão doutrinária de sua denominação.

Continua...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As Contradições do Pentecostalismo Brasileiro

O Movimento Pentecostal é algo lindo e maravilhoso, sendo certamente um grande avivamento de Deus. Agora, o pentecostalismo brasileiro está cada vez mais distante desse ideal, além de conter várias contradições.

- A liturgia das igrejas pentecostais é totalmente engessada. O engraçado é que todos pensam justamente o contrário. Ora, mas tente em uma igreja pentecostal clássica cantar músicas que fogem daquele padrão- hino da harpa, “hino” de fogo e “hino” de vitória. Fora os hinos da harpa, esses músicas de fogo e vitória são cheias de erros doutrinárias, antropocêntricas e mal feitas. Se você tenta dispensar logo é recriminado. Mas esse problema não é recente, pois tais músicas já existiam na década de 1970.

- Muito se condena a “teologia da prosperidade” nas igrejas pentecostais, mas enquanto isso se prega o triunfalismo, que é tão pernicioso quanto. O triunfalismo é uma “teologia da prosperidade light”. Quase todos os cultos dominicais giram no tripé- cura, emprego e perfeição emocional.

- Nas igrejas pentecostais clássicas muito se condena a “vaidade”. Só que a “vaidade” é mais ou menos combatida dependendo do contexto social daquela igreja. Quanto mais pobre, menos alfabetizada e mais interiorana é a igreja, mais legalista ela é. Engraçado que alguns pastores usam ternos finíssimos enquanto condenam o brinco. Definir isso como hipocrisia é pouco.

- O pentecostal é o povo da Bíblia. Alguns levam a Bíblia para qualquer lugar que frequentam. Realmente, é difícil ver um pentecostal que não carregue a Bíblia debaixo do braço. Assim também como é difícil ver um pentecostal versado nas Escrituras. O que sobra nos púlpitos são superficialidades, trivialidades e chavões e mais chavões. Ora, tem pastor pentecostal que NUNCA leu a Bíblia completa uma única vez.

“Ah, como você é chato com os pentecostais, até parece um tradicional”. Olha pessoal. Quem ama não fecha os olhos. Se você realmente considera-se pentecostal, saiba discernir o bom do ruim.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Viva a realidade alternativa

O presente século tem tentado substituir a nossa visão de Deus, e consequentemente a nossa maneira de ver o mundo a nossa volta. Estão tentando modernizar o cristianismo de forma que este ande de mãos dados com os mais novos fetiches da sociedade moderna. Contudo não devemos jamais nos esquecer de que as leis e os preceitos encontrados na Biblia serviram de base para as mais elevadas expressões éticas e morais da humanidade.

Bráulia Ribeiro

Os Dez Mandamentos são o código de ética mais perfeito que existe. Concordamos com isto porque cremos na Bíblia como a fonte máxima de revelação de Deus aos homens. Porém, podemos verificar a perfeição deste código também de maneira empírica na história humana. O respeito mútuo, a noção de propriedade, a constituição e proteção da família, a afirmação do valor da vida, assim como as sanções que punem aqueles que desrespeitam o código nuclear de valores -- tudo se encontra por aí nas sociedades humanas, desde as pequenas tribos às megassociedades com culturas multifacetadas.

Só encontramos a representação completa e explícita deste código moral nas sociedades cristãs ocidentais. O mundo ocidental se desenvolveu tendo como base a filosofia judaico-cristã e como núcleo de valores fundamentais desta cosmologia as dez leis de Moisés. No entanto, principalmente neste último século, fomos acostumados a pensar na moralidade cristã como uma espécie de prisão tacanha, geradora de deformações psicológicas e inibidora da verdadeira felicidade. A realização humana passou a ser definida por uma liberdade moral em que o único parâmetro é o meu desejo individual no momento.

Com Freud, por exemplo, aprendemos que sexo e moral são inimigos mortais; que uma vez reprimidos os instintos sexuais, afetamos nossa própria identidade psicológica, adoecendo a raiz de quem somos. Com Nietzsche, aprendemos que podemos inferir, a partir da realidade degradada em que vivemos, a morte de Deus. Acreditamos na falácia narcisista: sou intrinsecamente mau; portanto, o bem não existe.

Mais recentemente, para salvar o conceito de Deus, começou-se a desassociá-lo da moral. Versões pós-modernas do cristianismo apresentam um deus cuja proposta para a humanidade coaduna com a felicidade amoral desejada pelo inconsciente coletivo. Esse deus trabalha para nós e nada nos pede de nobre, de virtuoso. Não nos pede sacrifício, porque, afinal, ele já se sacrificou por nós. Conforma-se com uma obediência rasa a certo código de comportamento determinado pelo grupo religioso. Esse código enfatiza o que convém ao grupo, como práticas e comportamentos relacionados com a religião em si, mas releva princípios morais absolutos. Como as religiões animistas, esse cristianismo faz da felicidade transcendente do indivíduo seu alvo final; e das negociações mecânicas entre os servos e a deidade, o caminho para se chegar até ela.

Outra versão pós-moderna inventou o budista cristão. O cristianismo-filosofia também não me pede nada a não ser crer na graça. Tudo me é lícito desde que me convenha. Meu Cristo-Buda filosofa e faz sugestões sábias. Minha escolha pessoal não faz diferença no universo. No não ser está minha razão de ser e a antirreligião é minha religião.

Estamos muito perdidos. Precisamos recuperar de forma explícita e detalhada a cosmovisão proposta por Deus na Bíblia. O que seria a realidade segundo Deus? No códex de pedra encontramos a resposta. “Eu sou o Senhor teu Deus. Não terás outros deuses diante de mim.” Está aí a proposta divina de definição de realidade. Deus é o supremo, o perfeito, o Alfa e o Ômega. Ele define moral a partir de seu ser, o Bem perfeito. E nos proíbe a criação de uma ética alternativa. Ele tem a prerrogativa de definir quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Ele nos propõe o certo e o errado, a bênção e a maldição. Será que ainda dá pra encarar?


• Bráulia Ribeiro, missionária em Porto Velho, RO, é autora de Chamado Radical (Editora Ultimato).

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

É Pecado jugar?


Existe um discurso politicamente correto que flui honrosamente da boca daqueles que geralmente odeiam a confrontação: “Vou à igreja, assisto o ‘meu’ culto, volto pra casa e não falo mal da vida de ninguém. Acho que se cada um cuidasse de sua própria vida e deixasse esse negócio de criticar o que é dito na igreja, nós teríamos uma igreja bem melhor.”

Gente assim, dificilmente tem um senso crítico a respeito de sua fé. Não sabe porque crê. Não sabe no que crê. Contenta-se com uma fé cega, surda e muda. Afinal, dizem os tais, ai daquele que tocar nos ungidos do Senhor.

Esquecem-se porém, que, diferente do Antigo Testamento, todos fomos ungidos na Nova Aliança: “Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento (…). Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês (…)” I Jo. 2.20,27

Estamos testemunhando um tempo histórico, onde os crentes seguem à risca tudo aquilo que lhes é dito a partir de um púlpito, sem titubear (claro, desde que isso não conflite com todas as bênçãos que Ele tem guardado em sua cartola mágica). Não sei o que é pior, vender aos crentes a bênção em forma de amuletos dos mais esdrúxulos, ou pior: comprá-la!

Será que ainda existem crentes que não entenderam que o que Jesus condenou foi o julgamento hipócrita, e não o julgar em si (Mt. 7.1-6)? Será que nunca estaremos prontos para tirar o cisco do olho de nosso irmão? Será que Jesus não foi o suficientemente claro ao dizer que depois de tirarmos a viga de nossos olhos estaríamos aptos para exercer o julgamento? Ouso propor uma resposta: o descaso do povo para com a Palavra continuará sustentando muitas mentiras, heresias e agressões à alma.

Ah… que falta fazem os bereanos! O livro de Atos não poupa elogios quando diz que eles “eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.” (At. 17.11)

Jesus disse: “Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos!” (Jo. 7.24). Disse também: “Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo?” (Lc. 12.57). O Apóstolo Paulo também não deixou margem para dúvidas quando disse: “Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo.” (I Co. 10.15).

Há ainda aqueles mais pacificadores que, mansamente, nos lembram: “…ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom!” (I Te. 5.21). O problema nesse caso é, como diria meu professor Franco Júnior: “O que é bom?”. E convenhamos: esse é o parâmetro utilizado pela maioria dos crentes hoje em dia. Não! Mil vezes não! A Bíblia é o nosso referencial.

Não me importa o brilho reluzente do troféu da moça que quer te colocar no palco e humilhar os seus irmãos, a Bíblia não diz que será assim. Também pouco me importa se hoje é 9/9/2009 ou 10/10/2010, a sua bênção não custa R$ 900,00, nem custará R$ 10.000,00 no ano que vem, a Bíblia não respalda isso. Por fim, não me importa quem “profetizou”, nenhuma arca vai proteger a minha casa, mesmo com anjinho e tudo. A Bíblia diz que “…se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.” (Sl. 127.1)

Que Deus levante mais bereanos. Gente que duvida, que critica, que denuncia. Gente que pinta a cara, mas não é palhaço!

Homens e mulheres que não tenham medo da verdade, custe o que custar. Só assim a igreja evangélica brasileira voltará ao caminho da verdade, afinal, para esse, não há atalhos.

Deus nos guarde dos lobos!

Por Luis Rogério Vasconcelos Costa – Via Ultimato

domingo, 27 de dezembro de 2009

A Origem bíblica dos ditados...

“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”
Elias, quando era alimentado pelos corvos.
“Quando um não quer dois não brigam”
José explicando mais tarde aos irmãos porque fugiu da mulher de Potifar.
“Depois da tempestade vem a bonança”
Um casal de papagaios na arca de Noé.
“Amigos, amigos, negócios à parte”
Davi a Jônatas antes de ser o rei.
“Nunca diga: dessa água não beberei”
A mulher samaritana ao lado do poço de Jacó.
“Os incomodados que se mudem”
Josué aos povos que habitavam as terras de Canaã.
“Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher”
Sansão disse a Dalila, pois ela era grande, era da li lá.
“Quem não ajuda não atrapalha”
Paulo, num acesso de raiva, disse a Barnabé, com respeito a João Marcos.
“Em boca fechada não entra mosquito”
Faraó ao povo egípcio, logo após o anúncio da praga das moscas.
“O que vem de baixo não me atinge”
O gigante Golias a Davi, antes de levar uma pedrada.
“O mar não está para peixe”
Pedro, Tiago, João no barquinho.
“Falem mal, mas falem de mim”
Bilhete encontrado no bolso de Judas.
“Quem tem pressa come cru”
Jacó a Esaú quando ele troca o guisado pela primogenitura.
“Ossos do ofício”
Ezequiel, no vale de ossos secos.

Fonte: http://jasielbotelho.blogspot.com